quarta-feira, 5 de março de 2008

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Livro de poesia que é uma espécie de antologia de oito pequenos livros bem distintos entre si.

«No mundo onde existem peixes e animais sólidos e altos como os grandes mamíferos, onde existem animais, como a borboleta, que parecem papel e não organismo, no mundo onde existem asas de cores diversas e cauda que se eleva ligeiramente para deixar espaço para os excrementos, no mundo onde o inesperado chega mais aos ricos que aos pobres, no mundo em que metade das coisas visíveis são cruéis e a outra metade é delicada por estratégia, no mundo tão vaidoso das suas cidades como da montanha que exibe na fotografia, no mundo soberbo e caridoso na forma como não mija demasiado sobre os que perderam, neste mundo, neste alegre mundo, como ocupará um poeta a sua manhã?»

Excerto de 1, Relógio d’ Água, 2004.